quinta-feira, 31 de março de 2011

Atrasada

Acordou as 06h53 e pensou: "idiota"!
Sabia que iria se atrasar. Tinha que lavar o cabelo. Cabelo este que não era um presente de Deus, era comprado. Gastava cento e cinquenta reais de três em três meses para manter as madeixas lisas e já passavam quatro meses do último investimento. Ou seja, aquela luta diária estava muito pior nos últimos dias, aquela juba estava de doer!
Saiu correndo e foi tomar o banho abençoado. Rápido rasteiro!
Chegou no trabalho faltando oito segundos para vencer o horário, então pensou: eu sou demais!
Na sua sala, tudo no mesmo lugar. Comprimentou os "amigos", colocou seu óculos e começou o expediente matinal.
Ligou o computador, como de costume foi checar seus emails, durante o dia não havia tempo para esses luxos, o batido da lata era tenso!
Quarenta emails de spam: Que inferno! Não devo ter amigos, acho que estou afastada das pessoas, preciso voltar ao frevo!
Maldita hora que pensou isso, no antepenultimo email viu o nome de uma conhecida, mandando um correio sem titulo, mais não podia deixar de abrir, era curiosidade demais!
Abriu o email começou a ler e começou a chorar. Que isso! Não pode ser! Mais já! Nossa Senhora Aparecida...
Aquela conhecida, que mais parecida o cometa Ralley de tão rara que eram as notícias que chegavam narrava em detalhes o pedido de casamento do ex namorado a uma garota qualquer.
Já seria qualquer porque não a conhecia, mais a partir daquele minuto virou QUALQUER. Qualquer uma que ajudou a destruir a ilusão de um dia estarem juntos novamente.
Afinal, coitada! A Atrasada estava sozinha e a espera de um príncipe. Mentira! No fundo o que ela queria era que o ex vestisse aquela fantasia que vestiu um dia e fosse pedir de joelhos a volta.
Coitada denovo! Aquele homem varão, orgulhoso que só, iria um dia procura-la novamente, que dó!
Ahhh... mais não era tão coitada assim! Ela também tinha um pouco de orgulho próprio. Não ia engolir aquele sapo sozinha.
Desastradamente procurou o telefone dele, ia ligar de desabafar!
Ligou... ligou... ligou... ligou a tarde, ligou de madrugada e ele não atendeu. Devia estar com a nova amada.
E a nossa Atrasada... morreu de tristeza, morreu com tudo aquilo que podia ter dito ou ter feito. Atrasou-se novamente, onde oito segundos, não foram sufucientes para tentar consertar o tempo perdido.

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