segunda-feira, 30 de maio de 2011

Experiência

Já chorei igual a chuva
Já andei, já corri, já caí
Levantei muitas vezes sem imaginar qual seria o próximo passo
Fiquei em dúvidas de que sapato usar
Fui a festas
Dancei, sorri e me diverti
Ah! E me embebedei
Persegui a felicidade quando já era feliz e nem sabia
Já achei que era feliz e estava enganada
Aliás, fui enganada
Protestei e não fui ouvida
Já ralhei com muita gente e até com Deus
Quis saber só de mim
Depois pensei demais nos outros e me arrependi
Fui levada pelas emoções
Criei ilusões
Destruí esperanças e percebi que até ela morre
Senti dores profundas
Tive perdas irreparáveis
Passei por cima
Decidi ser mais eu
Dei mais valor a certas coisas
Aprendi...
Aprendi que muitas vezes o show nem acabou e a gente já pediu "bis"
Reavaliei e percebi
Muitas vezes não é o show... é a preparação, é o momento, o sentimento
Aceitei...
Todo mundo tem direito a novos começos, mais o que passou, isso não tem volta!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Amélia

Era tudo que todo homem queria! Bonita, gostosa, inteligente, bem relacionada e loira!
Tinha um bom emprego, era de família tradicional. Não tinha muitas posses, mas em matéria de carater, era uma das mais abastadas da região.

Despertava muito o interesse masculino, e com seu sorriso fácil e despojado, sinônimos da sua simpatia exalando pela pele, estava sempre pronta a servir.

E este era o problema. Servia demais! Sempre muito gentil era ela que se anulava em favor dos outros e adivinha? Homem adora isso. Ponto para ela!

Não era muito discreta porque isso ela não sabia ser. Ao contrário, chamar atenção e arrancar olhares alheios era seu esporte favorito.

Circulava, não... desfilava em meio a sociedade e um dia foi encontrada. Achada por um homem que queria exatamente este tipo de Amélia Moderna.

Queria conquistá-la e ela gostava disso. Fez de tudo! Conquistou a família, amigos, parentes, cachorro. Mais o coração da Amélia não arrebatou completamente. Ele inteiro, cheio de amor. Ela morna.

Talvez por falta de opção e coragem de dizer não, casaram-se. E foram felizes. Não por muito tempo! Na atualidade, em meio ao individualismo, o correto é olhar para o próprio umbigo. Amélia deve ter lido isso em algum artigo e acreditou veemente.

Aprendeu num "triz" a pensar somente no que te dava prazer imediato. E talvez por procurar, ela encontrou o prazer em seu caminho mais uma vez.

Encontrou novamente o ébano e sentiu o cheiro do desejo e voltou a perceber todos seus extintos. Extintos animais talvez, onde os prazeres do corpo superam a razão que já não existe. Onde o feitiço do aqui e agora, toma conta de todos os "porquês".

Amélia, foi amélia para mais de um homem, mais de uma vez. Só que cometeu o erro de ser tão amélia que deixou de ser ela para ser o outro e do outro.

Se envolveu tão intimamente que não teve escolha. O adultério, embora não gostasse dessa palavra, virou lema da sua vida.

Não entendia mais como as coisas aconteciam e só queria ser feliz se deliciando com o gosto do pecado um dia de cada vez.

Errada? Não dá pra saber...

Em tempo de crise moderna, Amélia vira Dona Flor e coração é terra de ninguém!